quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Indisciplina Escolar


Falta de Limites



CARACTERÍSTICAS DE UMA CLASSE DE ALUNOS
O agrupamento de estudantes numa sala de aula apresenta algumas características importantes, tais como:
  • Apresenta alunos com idades cronológicas semelhantes, embora nem sempre o desenvolvimento emocional acompanhe a idade cronológica.
  • Estudantes de sexos diferentes, da mesma idade cronológica, têm desenvolvimentos emocionais distintos.
  • Cada aluno traz dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios valores (em relação a comportamento, disciplina, limites, autoridade etc.).
  • Cada um tem suas características psicológicas pessoais.
  • Alunos transferidos de outras escolas podem ter históricos escolares bem diferentes dos históricos de seus novos colegas.
  • Para muitos estudantes, o lema é: “A escola é boa, o que atrapalha são as aulas”. Esse lema é válido principalmente para os alunos “problemáticos”.
  • O professor é analisado por todos os alunos.
  • O professor pode ser um canhão, mas cada aluno é um revólver...
  • O que o professor faz em uma determinada classe rapidamente torna-se do conhecimento de todos os alunos, sobretudo por intermédio daqueles que desejam “fulminar” o tal professor.
  • Os “maus” alunos especializam-se na arte de “assassinar aulas”, ou seja, tirar o professor de sua função de dar matérias que caem em provas. É um vale-tudo: suscitar debates políticos e econômicos dentro da sala, levantar problemas psicológicos ou da administração da escola, jogar um professor contra outro, brincar de brigar entre os colegas...
  • Nem todos da classe são “inimigos” do professor. Os alunos saudáveis (chamemos assim), em geral, são a maioria. Só que estes não chamam a atenção exatamente por não dar trabalho aos professores. Entre esses bons alunos há sempre aqueles que têm um sentimento positivo em relação ao professor. Tais alunos podem funcionar como pontos de referência da aula. O relacionamento do professor com esses alunos funciona como fios invisíveis que sustentam um objetivo. Ás vezes acontece de o professor ser avisado, ao chegar à classe, por meio desses “fios invisíveis”, de que tem alguém passando mal ou aprontando alguma coisa. Não chega a se uma delação ou denúncia, mas um “recado entre amigos”.
Quanto maior for o número de “fios invisíveis” tecidos entre o professor e os alunos, maior será a integração dele com a classe. Não estou me referindo aos conhecidos “puxa-sacos”, aos bajuladores. Para estes, basta mudar o interesse que rapidamente trocam de “sacos a puxar”...
  • Para “tecer” esses “fios invisíveis”, o professor pode valer-se de, basicamente, três fatores estimulantes: 1. aspectos pessoais (simpatia, higiene pessoal, elegância, educação, costumes etc.); 2. capacidade de comunicação; 3. conhecimento da matéria.
  • Do lado dos alunos, os “fios invisíveis” podem ser “tecidos” com base no desejo de aprender, na facilidade de compreender e no fato de sentirem-se bem durante a aula. 
APRENDER PARA QUÊ? 
Para aprender, é preciso receber a informação e digeri-la em pedaços compreensíveis, a ser incorporados ao corpo do conhecimento já existente.
Aprender é alimentar a alma.
Interação é a palavra da moda. Ensinar é um dividir que soma, que enriquece professor e aluno. O abuso do poder pelo saber é medíocre, já que a ignorância pode ser transitória. A verdadeira sabedoria traz embutida em si a humildade. Ensinar passa a ser, assim, um gesto de amor. 
PROFESSOR, O GRANDE COZINHEIRO
O PROFESSOR DEVE TER MUITA CRIATIVIDADE PARA TORNAR SUA AULA APETITOSA. Os temperos fundamentais são: alegria, bom humor, respeito humano e disciplina.
Haverá interesse do aluno pelo conteúdo do programa escolar sempre que houver uma correlação ente este e o dia-a-dia do estudante. O professor sábio estabelece tal correlação. 
BOM HUMOR É IMPRESCINDÍVEL 
O bom humor, o riso e a espontaneidade são ingredientes necessários à sensação de liberdade. O bom humor difere da ironia. Pessoas livres aprendem mais e melhor. O professor tem de entender que dentro da classe ele tem uma função específica; ele quase que interpreta um personagem.
A força da timidez está em considerá-la invencível. Na hora em que o tímido começa a quebrar uma de suas pontas, ela não resiste e começa a ruir. Basta o professor soltar-se um pouco e, quando menos esperar, já a terá superado.
O DOMÍNIO DA MOVIMENTAÇÃO CÊNICA
O professor precisa provocar captar a atenção dos alunos para o que ele está falando. O que a gente vê não esquece, o que nem sempre ocorre com o que lemos.
Os alunos aprendem muito mais por meio de imagens do que de símbolos.


Indisciplina na escola







Refletindo sobre a indisciplina escolar
Publicado em 10 de janeiro de 2011 por Jôse Rosa

REFLETINDO SOBRE A INDISCIPLINA ESCOLAR

A escola é um lugar onde se encontram e se misturam membros de diferentes valores, experiências, concepções, culturas, crenças e relações sociais, fazendo do cotidiano escolar uma rica e complexa estrutura de conhecimentos. Por causa dessa heterogeneidade que permeia, a escola pode se confrontar com um quadro difuso de instabilidade, acarretando em relações difíceis e conflitantes.
Dentre essas relações conflitantes destaca-se a indisciplina escolar, que tem sido vivenciada de forma intensa e apontada como um dos principais alvos de discussões entre os profissionais da educação.
Tema polêmico, a indisciplina tornou-se um dos maiores obstáculos pedagógicos nos dias atuais, demonstra a ausência de regras e limites por parte dos alunos e é apontada como uma das principais causas da falta de aproveitamento escolar. Existem diversos fatores relacionados às condutas de indisciplina por parte dos alunos. Para GARCIA (1999, p.102):

As expressões de indisciplina tem sido relacionadas a fatores internos e externos a escola. Entre as razões internas estariam, por exemplo, as condições de ensino e aprendizagem, a natureza do currículo, as características dos alunos, aos modos de relacionamento estabelecidos entre alunos e professores, e o próprio sentido atrelado à escolarização. Entre os fatores externos destacam-se a violência social, a influência da mídia e o ambiente familiar dos alunos.

A educação é um processo educativo social onde há uma trama de relações e os principais atores são os professores e os alunos. O estudo da interação educativa é importante, pois sendo a educação um processo social, compreender e esclarecer esse processo são indispensáveis para o entendimento das relações que nele se estabelecem.

O educador precisa acreditar nos seus alunos, na educação e na força do coletivo, para que juntos possam crescer, viver, participar e transformar a sociedade a qual estão inseridos.
O pressuposto fundamental de qualquer trabalho educacional é acreditar que as coisas podem mudar. A educação nasce da e na esperança; se não confia na possibilidade de mudança de si mesmo, do outro, da realidade, seu trabalho carece de sentido. (VASCONCELLOS, 1998, p.94)


Temos a escola como uma instituição disciplinadora que tem o poder de dominar, levando a submissão. Porém, os fatos que estão presentes na escola nos apontam para outro aspecto, a resistência. Colaboram com esse aspecto os professores que se impõem e tentam manter a "ordem" da sala de aula através do grito, do conflito do poder, não permitindo participação ativa dos alunos, negando-lhes o direito do diálogo nas diversas questões que ocorrem dentro do contexto escolar.
Esse confronto do professor como autoridade frente a não obediência tem se tornado motivo de sérias preocupações e deixado o professor em desvantagem no que se refere à manutenção da disciplina na sala de aula.

O professor precisa ser visto como um mediador e não como único detentor do saber. Deve estar aberto ao dinamismo, ao diálogo, a novas propostas metodológicas e as intervenções dos alunos, sem perder, no entanto, seu prestígio frente aos educandos. O professor que age isoladamente como se fosse dono de todo conhecimento, distancia-se dos alunos e facilita para que aconteçam atos de indisciplina dentro da sua sala de aula. Alunos desmotivados, que manifestam repulsa pelos professores, passam há preencher o tempo com comportamentos inadequados e até agressivos como forma de manifestação ao desapontamento e a revolta com as atitudes tomadas pelo professor.

[...] a indisciplina não pode ser entendida de maneira estanque, como se fosse algo que dissesse respeito a este ou aquele envolvido com o processo. A disciplina, ao contrário, diz respeito a todos os envolvidos com a prática escolar e deve ser compreendida como algo necessário para atingir um fazer pedagógico coerente e eficaz, estando intimamente relacionada à forma como a escola organiza e desenvolve o seu trabalho. (FRANCO, 1986, p.13)

No quadro coevo de nossas escolas, nota-se a necessidade de um trabalho docente pautado na reciprocidade, na cooperação, na colaboração.

O professor, além de um educador, é um aprendiz. Deve desenvolver competências relacionadas a criar, estruturar, estimular situações de aprendizagem, promovendo a autoconfiança dos alunos em suas capacidades individuais.

Para tanto é indispensável que entre professor a aluno estabeleça-se uma forma de comunicação clara, objetiva e, sobretudo de confiança entre ambos. Somente dessa forma a aprendizagem terá significado e relevância na vida em sociedade dos alunos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Como temos ciência, a escola de hoje enfrenta grande dificuldade para estabelecer normas aos alunos. Colocar limites ao comportamento do educando é de grande importância para o desenvolvimento da personalidade e para a formação da cidadania, pois a vida em sociedade pressupõe a criação e o cumprimento de regras e preceitos capazes de nortear as relações, possibilitar o diálogo, a cooperação e a troca entre membros desse grupo social. A escola, por sua vez, também precisa de regras e normas orientadoras do seu funcionamento e da convivência entre os diferentes membros que nela atuam. Cabe aos pais, num primeiro momento, a responsabilidade de conduzir a criança no sentido de obedecer às regras, mostrando a elas o porquê de obedecê-las e aos professores a continuidade ao incentivo da ordem, disciplina e obediência.
Porém, essa não é a realidade vista. Com o ritmo imposto pela sociedade capitalista, os pais quase não têm tempo para a educação dos filhos e transferem todo esse papel para a escola, que por sua vez não esta preparada para enfrentar a complexidade dos problemas atuais aos quais precisa intervir.

Isso faz com que a indisciplina escolar aumente significativamente a cada ano. Não é difícil ler uma reportagem cuja manchete relata um ato indisciplinar praticado por alunos. O que devemos compreender é que a indisciplina não apresenta uma causa única, ou mesmo principal. Atos de indisciplina costumam ter origem em um conjunto de causas diversas refletindo numa combinação complexa dessas causas.

No entanto, enquanto educadora, noto que a desestrutura familiar é a principal causa da indisciplina escolar. Acredito que a maioria das escolas não consegue os resultados esperados para suas intervenções, principalmente por falta do apoio familiar. Contudo apesar das barreiras existentes na questão do comportamento escolar é preciso ter perseverança e acreditar que o aluno indisciplinado pode mudar, basta que alguém acredite no seu potencial, descubra e trabalhe as causas que os fazem hostis.

REFERÊNCIAS
AQUINO, Júlio G., A Indisciplina e a Escola Atual. Rev Fac. Educ. v.24 n.2 São Paulo, 1998.
Disponível em www.scielo.br. Acessado em 20/05/2010

AQUINO, Julio Groppa. Indisciplina na Escola: Alternativas teorias e práticas. São Paulo, SP:
Editora Summus,1996.

FRANCO, Luiz Antônio Carvalho. Problemas de educação escolar. São Paulo, Cenafor.1986.

FREITAS, Eduardo de. Indisciplina escolar. Disponível em www.educador.brasilescola.com. Acessado em 19/04/2010.

GARCIA, Joe. Indisciplina na Escola: Uma reflexão Sobre a Dimensão Preventiva. Artigo publicado na Revista Paranaense de Desenvolvimento, n. 95, Curitiba, PR: 1999.

VASCONCELLOS, C. dos S. Para onde vai o Professor? São Paulo: Libertad, 1998.

WERNECK, Hamilton. O cotidiano da sala de aula. DVD



Revisado por Editor do Webartigos.com

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Professora formada em Pedagogia com especialização em psicopedagogia.
Trabalho com o Fundamental I, há 19 anos como funcionária pública do Estado do Amapá em Macapá.
Meu encanto maior é com a Alfabetização. Gosto de ver quando os pequenos começam a descobrir o mundo da escrita e da leitura.
Aqui pretendo compartilhar sugestões diversas que poderão lhe auxiliar em sua sala de aula.


                              "Feliz  aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"
                                                                Cora Coralina